Cafés dos Mestres é o resultado da expertise de dez dos melhores profissionais da torra do grão que, em um processo colaborativo, está lançando três produtos no mercado brasileiro
Parceria idealizada por empresários mineiros pretende dar visibilidade ao mestre torrador, que sempre fica em segundo plano quando se aborda a cadeia que envolve o ciclo produtivo
O produtor e o nome da fazenda onde o café é produzido são sempre encontrados nas embalagens. Mas, quem é o mestre torrador, o profissional responsável pela valorização e manejo dos grãos?
Foi com esse pensamento que os irmãos e empresários mineiros Thiago Araújo e Lucas Araújo, sócios da Agência Abr, convidaram o mestre de torra Jack Robson, também mineiro, reconhecido por associações nacionais e internacionais, para ser o embaixador do projeto e um tipo de consultor que os ajudasse a conceituar um novo produto que, além de saboroso, tivesse excelência e lastro.
Robson reuniu um time com bagagem extensa e especializada e promoveu uma verdadeira imersão unindo a expertise de diferentes produtores de regiões do Brasil, como os mestres Francisco Lentini e Flávia Lentini, da Muana (Cafés de Varginha/MG), Jonathan Piazarolli (Espírito Santo), Thiago de Oliveira Sidney Viana, conhecido como Rasta, de Pedregulho (São Paulo), Luis da Roast,da Cafés de Belo Horizonte (Minas Gerais), Carlos Vasconcelos (Alagoas),Luis Paulo Carvalho de Mendonça, de Belo Horizonte (Minas Gerais), Fernando Antônio Cavalcanti de Albuquerque Sá, da Koar Francisco Sá (Recife/PE), Gabriel Carvalhaes (Rio de Janeiro) e Michele Loreto (Paraná). Esses foram os nomes responsáveis pela elaboração desse café colaborativo.
“O objetivo do Cafés dos Mestres, além de se tornar um negócio rentável e trazer visibilidade para a produção brasileira com uma pequena safra e produtos de excelência, é enaltecer os mestres. O Brasil vive a cultura do café, além de ser o maior exportador nas modalidadesgrão, solúvel, torrado e moído. “Acredito que essa forma colaborativa de pensar e produzir é pioneira no Brasil, diferindo-se do formato de uma cooperativa convencional”, afirma Thiago.
São João Del Rei, importante cidade do circuito turístico mineiro, foi o local escolhido para as experimentações, análises, definição de perfis e coleta de dados. O resultado da parceria que une diferentes escolas de moagem se traduz
em um processo que impressiona pela complexidade das análises e quantidade de processos de seleção. Primeiramente, é feita uma análise sensorial dos cafés em Grão Cru, a escolha dos torradores, a elaboração do descritivo sensorial de cada um deles. Tudo isso para chegar a um produto que pudesse despertar e impressionar o paladar dos apreciadores.
O objetivo é começar a distribuição pelo Sudeste e atender todo o Brasil até fevereiro de 2021. Sobre essa decisão inicial de logística, ele afirma: “Não podemos permitir que o frete seja tão ou mais caro que o produto em si, que custa cerca de R$32 (250 gramas). Por isso, estamos em busca de uma solução que não recaia sobre o cliente”, diz. Complementarmente, antecipa que sua clientela direta será aquela apreciadora de café, que gosta de fazer degustações e presentear, além de pequenos empresários de hotéis-boutique, restaurantes e comércios selecionados.
Os grãos para a experiência e que servirão de matéria-prima para o Café dos Mestres são provenientes da Fazenda Samambaia, produtora há cerca de 30 anos, que fica em Campo das Vertentes. A propriedade, que tem produção própria, fez uma seleção de grãos especiais, que, dentro do contexto desse primeiro encontro entre os mestres, resultou em três primeiros produtos: Single 01, Single 02 e Blend.