Única galeria baiana, Acervo expõe Mário Cravo Júnior na ArtRio 2024

Mario Cravo: foto reprodução Mario Cravo: foto reprodução

Acervo Galeria de Arte é a única representante da Bahia na ArtRio 2024, que acontece de 25 a 29 de setembro, na Marina da Glória, na capital fluminense. Na 14ª edição da Feira de Arte do Rio de Janeiro, um dos mais relevantes eventos do calendário das artes da América Latina, a galeria de Salvador apresenta projeto expositivo de Mário Cravo Júnior (1923-2018), com texto crítico e curador de arte João Victor Guimarães.

Na curadoria, estarão expostos pinturas, desenhos, estudos e esculturas do renomado artista baiano, que influenciou gerações de artistas, não apenas pintores e escultores, da Bahia e do Brasil, como Sante Scaldaferri, que o definiu como "o artista mais importante para o conhecimento e divulgação da arte moderna na Bahia".

As obras de Mário Cravo Júnior selecionadas manifestam, assim como grande parte da sua produção, uma dimensão pública, pelo fato de terem sido desdobradas em esculturas expostas ao ar-livre ou por se referirem a "um signo-símbolo religioso popular", como reforça João Victor Guimarães. 

Um dos exemplos é a escultura de parede, de 1984, que representa a Via Crucis e da qual resultou o Monumento da Cruz Caída, inaugurado em 1999, no Pelourinho, na capital baiana, em memória da Igreja da Sé, primacial do Brasil, demolida em 1933, dez anos após o nascimento do artista.

Expressões religiosas populares como essa foram vastamente exploradas por Mário Cravo Júnior também quando as contribuições africanas e afro-brasileiras são percebidas mais nitidamente, como é o caso do candomblé. Exu, orixá dos trânsitos, comunicações, ruas e tráfegos, todos são elementos muito presentes nas suas produções.

"Mário Cravo Júnior jamais deixará de ser o atento observador do mundo e artista que alinhou perspectivas e práticas de forma insistente e acumulativa com o raro potencial de fundi-las em si e espraiá-las pelo seu mundo. O mais coerente com o nosso tempo e com sua produção é que sua obra seja revisitada e relida quantas vezes mais mereça e se faça necessário", defende João Victor.

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Michelle Marie