O Museu Judaico de São Paulo anuncia para 2024 duas exposições inéditas: Alexandre Herchcovitch, 30 anos além da moda e Judeus na Amazônia. Também confirma a terceira edição do Festival Literário (FliMUJ), e a segunda edição da bolsa de fomento pesquisa em seu acervo.
Alexandre Herchcovitch, 30 anos além da moda será um mergulho único na vida e obra do maior nome da moda brasileira. Com curadoria de Maurício Ianês, a mostra vai narrar a trajetória do paulistano que deu seus primeiros passos como estilista aos 13 anos costurando vestidos para sua mãe Regina Herchcovitch, na época dona de uma confecção de lingeries.
A partir de 20 de abril, os visitantes poderão conferir roupas, sapatos, bolsas, chapéus, além de fotos e vídeos exclusivos de desfiles que vão contar três décadas de história e proporcionar uma imersão no processo criativo desse estilista que colocou em movimento um universo muito pessoal e abraçou o seu tempo com um olhar no futuro.
A mostra pretende criar um panorama deste universo multifacetado, criado a partir de noções de coletividade, subversão e inclusão, em que a moda foi uma ferramenta de questionamento dos padrões de gênero e representatividade, fazendo desmoronar com sua força criativa os preconceitos e limites de um mercado exclusivo, reconstruindo um sistema desde as suas bases a partir de um olhar queer.
No segundo semestre, será apresentada para o público Judeus na Amazônia, mostra inédita que é um desdobramento da pesquisa que o Museu Judaico iniciou em 2022 sobre o processo de construção identitária que atravessa geografias e distintas temporalidades. A partir de primeiro levantamento, que incluiu entrevistas, visitas a arquivos, cemitérios e sinagogas, o projeto se multiplicou em ações e plataformas que se revelam ao longo do tempo. A exposição percorrerá o passado, mas também o presente e a interação entre comunidades na Amazônia Contemporânea, propondo um entrelaçamento de narrativas e culturas visuais.
Segundo o antropólogo e jornalista Fábio Zuker, que percorreu seis cidades da região e coordena essa etapa de escuta, “as comunidades judaicas encontraram na Amazônia um local para florescer e se transformar. São histórias sobre fé e crença – com um enriquecimento cultural que andou lado a lado à prosperidade material, nestes vaivéns pelas águas amazônicas e oceânicas”.
A programação do segundo semestre inclui ainda a terceira edição do Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo (FliMUJ), evento idealizado a partir de perguntas e questionamentos - como parte significativa da cultura judaica - em uma tentativa de explorar as complexidades do cotidiano e mergulhar em questões contemporâneas brasileiras.
A primeira edição FliMUJ ocorreu em outubro de 2022, e contou com a curadoria da dupla Fernanda Diamant, jornalista e editora, e Bianca Santana, jornalista, cientista social e pesquisadora. Na segunda edição, em 2023, a curadoria ficou com Daniel Douek, mestre em Letras pelo programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP e doutorando em Letras na área de Estudos Literários e Culturais na mesma instituição, e Rita Palmeira, doutora em Literatura Brasileira pela USP e mestre em Teoria e História Literária pela Unicamp.
Sinergia com as mostras
O Museu Judaico também promove lançamentos de catálogos e ações educativas em sinergia com as exposições para ampliar a experiência do visitante. Em 7 de março, será lançado o catálogo da exposição Rebeca – A costura no avesso, a partir do acervo do Museu Judaico de São Paulo, que segue aberta para o público até o dia 31 de março. A mostra conta a história de Rebeca, uma mulher judia, que é tantas outras, não só as que se revelam pelo acervo, mas, de algum modo, todas as mulheres judias.
Em passeio pela mostra Algodão Doce pra Você! De férias com Daniel Azulay, o educativo do MUJ traz oficinas e visitas especiais ao longo de todo o período expositivo, bem como a Ilha de Criação, um espaço dedicado ao desenho no centro da exposição.
As atividades educativas seguem ao longo de todo o ano e contam com visitas mediadas para o público espontâneo e as escolas. Entre as atividades estão visitas temáticas, contação de histórias, teatro de bonecos, oficinas para todas as idades, formação de professores, criação de material didático e publicação de livro. Mensalmente acontecerão visitas ao acervo, onde serão apresentados objetos e documentos de um determinado assunto.
Imersão ao acervo do MUJ
Em novembro deste ano, será lançada a segunda edição do edital para contemplar estudantes com bolsas de pesquisa a fim de fomentar o acervo do MUJ e priorizar pesquisas que investiguem a memória judaica em relação a identidades de pessoas, grupos, locais, movimentos e acontecimentos mais amplos. Ao longo de 2024 os pesquisadores irão desenvolver suas pesquisas que serão publicadas no site do Museu.
Em 2023 foi lançada a primeira edição do edital que selecionou três estudantes de graduação e pós-graduação para uma imersão no acervo do MUJ.
Sobre o Museu Judaico de São Paulo (MUJ)
O Museu Judaico de São Paulo é fruto de uma mobilização da sociedade civil. Além de quatro andares expositivos, os visitantes também têm acesso a uma biblioteca com mais de mil livros para consulta e a um café que serve comidas judaicas. Para os projetos de 2024, o MUJ conta com o Banco Itaú como patrocinador e a B3, Banco Safra, Klabin, Porto Seguro, Banco Alfa, Banco Daycoval, Deutsche Bank, Dexco, Leal Equipamentos de Proteção, Cescon Barrieu, BMA Advogados, Verde Asset Management e Gera Amazonas como apoiadores.
Museu Judaico de São Paulo anuncia programação de 2024
Abertura da inédita e aguardada exposição 'Alexandre Herchcovitch, 30 anos além da moda' será em 20 de abril. No segundo semestre, ocorrerão a terceira edição do FLIMUJ e a mostra Judeus na Amazônia