Uma história de amor à Bahia!

ACM

Uma história de amor à Bahia!

 

Há três anos, num dia 20 de julho, ACM nos deixou... Coincidência ou simples caso do acaso, o fato é que exatamente em 20 de julho de 2010, aconteceu o fechamento da terceira edição do jornal Michelle Marie. Que seja, então, esta edição, veículo de minha homenagem a um homem amou verdadeiramente a Bahia, que foi umas das principais lideranças da política nacional, e do qual herdei ao me casar com seu filho, o sobrenome.

A vocês, jovens leitores, um pouco da história da vida de um gênio, o cabeça branca: 
Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, filho de Francisco Peixoto de Magalhães Neto e Helena Celestina de Magalhães, formou-se médico, como seu pai, pela Universidade Federal da Bahia, e logo foi elevado ao posto de professor-assistente. ACM foi também professor adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, além de letrado, tendo publicado dois livros "Não Era Fácil Ser Revolucionário" e "Meu Compromisso com o Nordeste. Mas a sua verdadeira paixão foi pela política. 
Tudo começou nos tempos de estudante. Acm foi presidente do grêmio estudantil do Colégio Estadual da Bahia, do Diretório Acadêmico da Faculdade de Medicina e do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalhou como redator de debates da Assembléia Legislativa da Bahia e redator do jornal "Estado da Bahia" (dos "Diários Associados"). Entre os imortais da Academia de Letras da Bahia, ocupou a cadeira 37. Mas todas essas atividades se tornaram secundárias na vida do cabeça branca que ocupou cargos importantes na vida pública brasileira desde 1954, quando foi eleito deputado estadual pela UDN (União Democrática Nacional), legenda pela qual foi eleito deputado federal em 1958 e 1962. Foi reeleito em 1966, entretanto quase não exerceu o mandato em virtude de ter sido nomeado prefeito de Salvador em 10 de fevereiro de 1967 pelo governador Luiz Viana Filho.

Como prefeito mostrou a que veio e construiu ruas e avenidas, como Garibaldi, Cardeal da Silva, Bonocô, Vale do Canela, Vasco da Gama, Paralela. Ao todo 10 avenidas de vale e 15 viadutos de grande porte. Reurbanizou o Dique do Tororó, pavimentou centenas de ruas em bairros como Liberdade e Curuzu. Construiu o terminal da Barroquinha e dezenas de praças. Trasformou Salvador num canteiro de obra e abiscoitou dos vereadores , no dia 2 de abril de 1970, o título de Prefeito do Século.

Em 1971, foi indicado pelo presidente Emílio Garrastazu Médici para ser o governador da Bahia. Como governador, o cabeça branca iniciou obras e mais obras como mais de 200 quilômetros de esgotos sanitários, uma nova estação rodoviária em Salvador e a ampliação do sistema de ligação por ferryboat da capital baiana com a ilha de Itaparica. Concentrou esforços nos quatro setores os quais julgou que promoveriam em curto prazo o avanço sócio-econômico da Bahia: agropecuária, mineração, indústria e turismo.

Em 1975, o então presidente Ernesto Geisel nomeou ACM presidente da Eletrobrás e membro do Conselho de Administração da Itaipu Binacional. Foi nesta época, em 1997, que eu conheci e casei com seu filho, Luis Eduardo Magalhães, assim me tornando nora de um dos homens mais poderosos do País.

ACM renunciou ao cargo em 1978 a fim de ser indicado, com sucesso, para o seu segundo mandato como governador da Bahia. Foi eleito pelo colégio eleitoral para o período de março de 1979 a março de 1983.

A Bahia que já havia experimentado um crescimento jamais visto no primeiro governo de Acm, agora dava início a uma era de melhoria da qualidade de vida. Foram construídos e recuperados 125 centros de saúde, 600 postos, 44 maternidades e 10 hospitais. ACM criou a farmácia do povo para oferecer remédios de graça à população; o serviço médico público de emergência, o primeiro em todo o país; 11 mil salas de aula foram construídas ou recuperadas beneficiando 1,5 milhões de estudantes.

O sudoeste do estado ganhou uma universidade gratuita. As atividades culturais de cada região foram incentivadas. Os museus reformados e os monumentos históricos recuperados. Os pólos turísticos do estado passam a receber mais de 1 milhão de turistas por ano. O pólo petroquímico chega a empregar 26 mil pessoas. A energia elétrica chega a todo a Bahia. Na favela de alagados, 120 mil pessoas são retiradas da lama e ganham casa com infra-estrutura sanitária em lotes urbanizados e ruas pavimentadas.

Sofreu um duro golpe às vésperas das eleições de 1982 quando um acidente aéreo vitimou Clériston Andrade, candidato situacionista ao governo da Bahia. ACM indicou João Durval Carneiro como candidato a governador.

Antônio Carlos Magalhães foi indicado Ministro das Comunicações por Tancredo Neves, sendo confirmado no cargo por José Sarney. Ao deixar o Ministério das Comunicações, assumiu em março de 1991, pela terceira vez, o governo da Bahia, do qual saiu para assumir o cargo de senador da República, em 1994, tendo eleito seu sucessor César Borges.

Em 1996 seus aliados venceram as eleições para a Prefeitura de Salvador pela primeira vez na história com a candidatura de Antônio Imbassahy.

Eleito presidente do Senado Federal para o biênio 1997/1999, ACM sofreu um duríssimo golpe com a morte de seu filho Luís Eduardo, em 21 de abril de 1998. A Bahia caiu em prantos. Mesmo com a perda de um filho querido, ACM batalhou importantes vitórias aquele mesmo ano com a reeleição de FHC para a Presidência da República e a de César Borges para o governo da Bahia. A Bahia aplaudiu!

Foi reeleito presidente do Senado Federal para o biênio 1999/2001, tendo antes ocupado a Presidência da República entre 16 e 24 de maio de 1998 em razão de uma viagem do titular ao exterior, visto que tanto o vice-presidente Marco Maciel, quanto o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, estavam impedidos de assumir o cargo durante o período eleitoral sob pena de inelegibilidade.

Antonio Carlos Magalhães faleceu aos 79 anos no dia 20 de julho de 2007, no INCOR (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), por falência múltipla dos órgãos e insuficiência cardíaca. O senador foi enterrado no cemitério do Campo Santo, no centro da capital baiana, ao lado de seu filho, Luís Eduardo Magalhães.

Até hoje o nome de ACM é aclamado, lembrado, criticado e amado! ACM continua vivo na voz dos radialistas, nas escritas dos jornalistas e na memória de um povo!

Michelle Marie Magalhães. 
Uma homenagem que fiz para meu sogro na terceira edição do Jornal Michelle Marie.

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Michelle Marie