Salvador, Santo Amaro e Castro Alves são as cidades escolhidas para receberem o FESTA – Festival de Street Art da Bahia. O projeto será realizado em formato híbrido, presencial e virtual, com a participação de mais de 10 grafiteiras e 10 grafiteiros que deixarão suas obras nos muros dessas cidades entre os dias 29 de janeiro e 14 de fevereiro. O objetivo é fomentar a Street Art na Bahia, criar um canal virtual para divulgação do trabalho dos artistas de rua do estado, impulsionar a cena das mulheres no graffiti, além de trazer a arte de rua para lugar de destaque nas artes visuais, reconhecendo seu papel importante na formação de indivíduos. Toda a programação estará disponível no site oficial do FESTA, o www.festastreetart.com.br.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal. A realização é do MUSAS (Museu de Street Art de Salvador) e da Via Press Comunicação. A coordenação de produção é de Paula Hazin.
Os grafiteiros convidados para participarem do projeto vão apresentar suas obras nos muros dessas cidades, inspiradas em temas como empoderamento feminino, raça, gênero, meio-ambiente e ancestralidade. Todo o processo de pintura dos muros será feito respeitando os protocolos e cuidados orientados pelo Ministério da Saúde para evitar o avanço da COVID-19.
A primeira cidade a receber o festival será Salvador, entre os dias 29 e 31 de janeiro. Nestes dias os artistas farão a pintura dos arcos da comunidade do Solar do Unhão para a Festa da Sereia, quando os três criadores do MUSAS entregam o balaio. Moradores da comunidade receberão ainda álcool em gel e máscaras, lembrando a importância dos cuidados para combater a pandemia. Na capital baiana cinco artistas vão expor suas artes no portal e arcos da entrada da comunidade. São eles Samuca, Tárcio, Monike, Sistak e Patek.
Nos dias 06 e 07 de fevereiro é a vez de Santo Amaro receber o FESTA. Por lá, os artistas Tiana, Reiv, Ananda, Quel e Sid vão deixar suas obras nos muros da Comunidade Quilombola de São Brás. Em Castro Alves são os artistas Mônica, Sah, Singa, Octa, Cris, Sagaz, Baga, DK, Drico e Questão Almada que vão dar novas cores à cidade, nos trabalhos que serão realizados nos dias 13 e 14 de fevereiro.
Após finalização, todas as obras vão fazer parte de uma exposição virtual no site do projeto, que tem curadoria dos grafiteiros baianos nascidos na comunidade do Solar do Unhão (Gamboa de Baixo, ao lado do Museu de Arte da Bahia) e premiados internacionalmente, Bigod, Prisk e Júlio Augusto.
Programação Formativa
A programação online inclui oficinas, workshops, encontros virtuais e uma exposição virtual do acervo do MUSAS – Museu de Street Art de Salvador – que contará com um áudio-guia para possibilitar a acessibilidade ao conteúdo. Todo acervo do museu a céu aberto será registrado e disponibilizado no site do FESTA, incluindo depoimentos dos moradores da comunidade do Solar do Unhão e mais de 30 obras apresentadas, expostas nas paredes das casas e muros das ruas da localidade, em um ambiente virtual interativo.
Além disso, três encontros virtuais sobre arte de rua, atualidades e transformação social acontecem entre os dias 23 e 25 de fevereiro. Os temas dos encontros são Graffiti vs Mobilização Social; Índios e Ancestralidade, e Graffiti e a Luta Feminina. Antes, no dia 05 de fevereiro serão disponibilizadas no site do projeto três oficinas com os criadores do MUSAS, Bigod, Prisk e Júlio Augusto. Os temas são Prisk: Wild Style; Bigod: Luz e Sombra; e Júlio: Ocupação de Território pelo Graffiti. Essas oficinas serão temas ainda de um bate-papo, que acontecerá no dia 09 de fevereiro, no site do projeto, com 100 vagas oferecidas e inscrições gratuitas até o dia 09.
“Ao deslocar o Museu a céu aberto para o espaço virtual, ultrapassamos as formas de apagamentos e silenciamentos das múltiplas formatações sociais, oportunizando o acesso de um público amplo e diverso às potencialidades criativas das comunidades periféricas e dos artistas de rua, que sofrem preconceitos sociais e de raça”, diz Elaine Hazin, diretora geral de FESTA.
Para Prisk, um dos nomes à frente do MUSAS, o projeto traz a arte de rua para um lugar de reconhecimento, ao mesmo tempo que possibilita debates essenciais da atualidade, como racismo e questões de gênero: “O FESTA possibilita movimentação e expansão de vidas ao promover reconhecimento e visibilidade das atividades desenvolvidas na comunidade, tanto artísticas quanto econômicas. Ocuparemos ruas com arte e questionamentos, trazendo temas atuais, falando sobre racismo, feminicídio, questões de gênero – temas dos murais. Faremos formação com novos grafiteiros e mostraremos que a arte de rua, a Street Art, é uma expressão genuína de artistas que encontram neste gênero um caminho para trazer beleza para a cidade, transformar suas comunidades e expressar seus pensamentos e seu fazer artístico”.
Coordenadora de produção e sócia do FESTA, Paula Hazin celebra a execução do projeto que democratiza o fazer artístico e o acesso à arte de rua: “Poder realizar um festival de graffiti no estado da Bahia e circular pelas cidades levando essa arte tão democrática e de um impacto tão direto na rotina das pessoas é um presente, uma verdadeira festa. Ter o MUSAS, com toda sua sensibilidade, fazendo ações transformadoras onde criam esse fluxo do artístico e social é especial e ainda mais nessa edição do evento, onde celebramos a presença feminina no graffiti”.