Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, contamos a trajetória de três mulheres que são verdadeiros exemplos nos segmentos em que atuam, exercendo um altíssimo impacto nos negócios e na vida de muita gente. São exemplos femininos de força e determinação para o nosso país. Conheça abaixo as histórias e inspire-se:
Nascida em Natal (RN), a história da CEO é parecida com a de milhares de nordestinos que vêm a São Paulo e por aqui fazem morada. Apaixonou-se pela cidade na primeira visita, com 15 anos e não queria mais ir embora. Depois de trabalhar por alguns anos em redes de hotéis, a administradora decidiu que era hora de aliar toda a sua experiência em atendimento ao consumidor para gerir sua própria empresa, que nasceu em 1993, o Grupo MM, agência de assessoria e full para eventos corporativos. Com 27 anos de estrada, a fundadora Meire Medeiros diz que gerir eventos é realizar artesanalmente os sonhos dos clientes. “Eles chegam com um desejo do que querem e precisam voltar com ele realizado, eu amo fazer parte disso”, ela conta. Só em janeiro deste ano, a agência realizou cerca de 70 projetos, entre eles convenções nacionais e internacionais, além de treinamentos.
Nos últimos três anos, atendeu cerca de 60 clientes, realizando entre 2500 a 2700 projetos anualmente. Emprega 120 pessoas diretamente.
Se ela pensa em parar? Não. E conta integralmente com sua filha, Ana Carolina Medeiros, 34, que desde a barriga já atua como protagonista desse negócio. “Aqui é uma escola. Qualquer profissional que tiver a oportunidade de trabalhar com a Meire Medeiros está pronto para o mercado”, conta a filha orgulhosa.
Barbara Mattivy – Insecta Shoes
Apostando no conceito ecológico e promovendo o consumo consciente, a Insecta Shoes se destaca desde 2014 ao produzir sapatos veganos, por meio da reutilização de roupas garimpadas em brechós, ou tecido ecológico à base de garrafa pet reciclada. Tendo como uma das idealizadoras a empreendedora Barbara Mattivy, que era proprietária de um brechó em Porto Alegre, a marca surgiu com a proposta de transformar os tecidos das roupas garimpadas em sapatos ecológicos, aproveitando também o excedente da indústria de borracha para a elaboração dos solados e trazendo o conceito vegano para todos os produtos. Além da preocupação ambiental, a empresa também leva em consideração o bem-estar do público-alvo da marca.
Diante disso, os produtos têm palmilha feita em formato de colmeia, que garante conforto extra, revestida em tecido sintético. O calcanhar também recebe mais espuma, e a sola é de borracha reciclada, maleável e molinha, o que permite até dobrar o sapato ao meio. Além disso, os produtos são feitos em um ateliê localizado em Novo Hamburgo (RS).
A marca segue em busca constante por eliminar resíduos e substituir materiais. A vontade de ser sustentável vai muito além da criação dos sapatos, mas também por meio de atitudes. Um exemplo disso é o serviço de entrega em São Paulo, que é feito parcialmente por bicicletas.
Desde 2014, já foram utilizadas para a produção dos itens mais de 21 mil garrafas PET, 2 mil metros de tecido reaproveitado, uma tonelada de algodão reciclado e mais de sete toneladas de borracha reciclada. Há lojas físicas em São Paulo, Porto Alegre (RS), Brumadinho (MG), Nova York e Los Angeles (EUA), Toronto (Canadá), Berlim (Alemanha), Paris (França), Barcelona (Espanha) e Tel Aviv (Israel).
Valeska Bassan – psicóloga, especializada em transtornos alimentares
As transformações por qual passa a sociedade têm gerado impacto importante na saúde mental dos indivíduos. Em nenhum momento da história, esse tema foi alvo de tantas discussões e reflexões.
A psicóloga Valeska Bassan, ao longo de sua trajetória, tem explorado esse tema em profundidade trazendo um olhar peculiar a esse contexto, sobretudo no que se refere ao sofrimento relacionado à alimentação.
Psicóloga especializada em transtorno alimentar atua como coordenadora e professora dos cursos de Aprimoramento de Transtorno Alimentar ministrados no Ambulim ( IPQ/USP) e é colaboradora no grupo de estudos, pesquisas e atendimento a respeito do tema em São Paulo no Hospital das Clínicas, um dos poucos existentes no Brasil. “Fazer parte dessa equipe é um grande privilégio quando podemos trazer soluções e uma esperança para pessoas que tanto precisam”, comenta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 2,6% da população mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA). O Brasil tem uma das taxas mais altas do mundo, de 4,7%, quase o dobro da média mundial. Dados da Associação Americana de Saúde revelaram que 75% das pessoas diagnosticadas com essa patologia também são obesas. Isso ocorre já que esses indivíduos ingerem muito mais calorias do que gastam diariamente, ocasionando o aumento do peso corporal. Além disso, doenças como ansiedade e depressão também podem estar relacionadas ao aparecimento desse transtorno, pois o indivíduo encontra nos alimentos uma saída para os momentos de tristeza e solidão.
“No caso do TCA, o tratamento existe e é possível. Um dos maiores desafios é que é muito difícil que o indivíduo tenha consciência do problema já que a alimentação faz parte das necessidades básicas, sendo um item essencial a nossa existência. Existe um limite tênue entre o comer exagerado e episódios de compulsão alimentar”, comenta a psicóloga.